30 de novembro de 2012

Terceirizados contratados pelo Reda se manifestam no Centro de Campos

Folha da Manhã
Política

Terceirizados contratados pelo Reda se manifestam no Centro de Campos



 


 


 


 

 

No final da tarde desta sexta-feira os trabalhadores que prestam serviços para Prefeitura de Campos através do Regime Especial de Direito Administrativo- Reda iniciaram uma manifestação no Centro, pedindo uma resposta do governo sobre os três meses de pagamento, que segundo eles, estão atrasados.
A secretária de Planejamento da Prefeitura, Ana Lúcia Boynard, esteve no local da manifestação e segundo os trabalhadores ele só afirmou que eles não precisam mais trabalhar. Depois disso em gritos os trabalhadores falam que “Ana Lúcia provocou” e a “prefeita está fugindo deles”.
Além de Ana Lúcia, Suledil Bernadino, responsável pelas pastas de Controle e Orçamento e Governo, também esteve na manifestação e afirmou que vai agendar brevemente uma reunião entre a prefeita, trabalhadores do Reda e representantes dos Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Siprosep).
A Prefeitura de Campos perdeu neste mês uma ação envolvendo o Reda. Através de nota, a Procuradoria do Município se manifestou informando que iria recorrer. Entre tentativas em Campos e no Rio, a Prefeitura teve a quarta derrota. Ao todo, o governo contava com 1.700 contratados e cerca de mil estariam sem pagamento por determinação judicial.
A mensagem exposta no site do Tribunal de Justiça (TJ) diz o seguinte: “Por unanimidade, negou-se provimento ao recurso e, prejudicado o agravo ino-minado nos termos do voto da Rela-tora”, informou o TJ em seu site. Os profissionais, que já estavam sem receber salários, foram contratados no início de julho pelo Reda. Em agosto, o juiz Wladimir Hungria, da 4ª Vara Cível, já havia concedido liminar suspendendo todos os contratos, por achar que profissionais concursados deveriam assumir as vagas. Ainda em novembro, o mesmo juiz determinou para que, num prazo de 72 horas, oficiais de Justiça verifiquem se a Prefeitura está ou não cumprindo outra decisão, de 31 de agosto último, em que o próprio suspendeu todos os contratos e pagamentos a contratados pelo sistema do Reda.
Em petição protocalada pelo advogado José Paes Neto no dia 20 de outubro foi pedida a aplicação da multa de R$ 5 mil a cada envolvido por haver a suspeita de não cumprimento da decisão de agosto. O Ministério Público também protocolou petição nesse sentido. Na decisão, o juiz fala que a solicitação estava acompanhada de diversas notícias divulgadas na imprensa sobre funcionários temporários que estariam trabalhando. Uma das matérias trata de manifestação dos contratados ocorrida em outubro.  O MP, após receber diversas notícias no “disque denúncia” de que efetivamente o município não havia cumprido a decisão, instaurou procedimento para verificar o ocorrido.

28 de novembro de 2012

Estão convocados...

Estão convocados todos os profissionais de educação (professores, educadores de creche, funcionários administrativos, pedagogos, assistentes sociais, animadores culturais, psicólogos, orientadores pedagógicos, entre outros) como também os respectivos representantes de cada escola e/ou setor para um Seminário Ampliado que ocorrerá no SEPE - situado na Praça São Salvador, Edifício Ninho das Águias,
Sala 514 - no dia 04 de dezembro às 14h, para juntos atualizarmos a nossa pauta de reivindicações para o ano de 2013.
O Sindicato para retomar, intensificar e ser vitorioso nas lutas precisa da participação e contribuição da categoria para fortalecer e respaldar a luta pelos avanços que se fazem necessários.
Aproveitamos a oportunidade para convidá-los para a nossa Festa de Confraternização no Automóvel Clube dia 13 de dezembro, das 19:30 às 24h. Contamos com a presença da categoria para dançarmos a música que queremos e nos fortalecendo contra a "música que querem nos fazer dançar"!!!

Direção do SEPE-Campos

MANIFESTO CONTRA A PRECARIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZES

MANIFESTO CONTRA A PRECARIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZES
Mediante situação vivida hoje pelas escolas e creches da rede municipal de educação de Campos, onde as contratações tomam lugar do concurso público para funcionários administrativos, que se arrastam ao longo do tempo e dos governos, ocasionando a precarização do trabalho pedagógico bem como os demais, só vem confirmar o papel nefasto de tais práticas do poder público aqui no nosso município.
O SEPE defende o concurso público para todos os setores dos servidores públicos municipais e enquanto representante legítimo dos profissionais de educação, a nossa luta pelo concurso público para todos os cargos é uma histórica pauta de reivindicações deste Sindicato. Só se consegue estabilidade, autonomia e dignidade através de concurso público.
A contratação em caráter de urgência, enquanto não acontece o concurso público, é permitida desde que não se torne regra geral e permanente, conforme ocorre no nosso município. Podemos apontar como exemplo, o REDA (Regime Especial de Direito Administrativo), um contrato irregular, feito em período eleitoral, o que não é permitido por lei. Fato, que foi duramente denunciado pelo Sindicato , mas o governo municipal em detrimento da legislação, insistiu em mantê-lo, ocasionando o caos que atualmente toma conta de todas as unidades escolares do nosso município.
Outra luta histórica do Sepe é a eleição direta para diretores de escolas, pois não há como os profissionais de educação continuarem convivendo com diretores indicados pelas bases governistas, que cumprem o triste papel de cabos eleitorais no âmbito das escolas, gerando repressão e muitos casos de assédio moral. Por uma educação pública de qualidade e por valorização profissional, exigimos GESTÃO DEMOCRÁTICA!
Lembrando que o Conselho Municipal de Educação posterga para a próxima gestão tratar da eleição. Queremos garantias para que a mesma ocorra no início do próximo ano letivo.
O prazo para o governo municipal implementar a eleição para diretores encerra-se no dia 14 de dezembro deste ano, não podemos cruzar os braços, temos que exigir o cumprimento do PME.
As questões elencadas aqui e muitas outras que fazem parte da problemática da educação municipal, se traduzem no resultado do IDEB deste ano, onde a educação pública de Campos, ficou em último lugar. Retratando o descaso do poder público para com a educação e seus profissionais, que não são valorizados e não tem condições dignas de trabalho, ocasionando sérios prejuízos no processo ensino-aprendizagem.
Outra questão recente que tomou força no seio das discussões da categoria refere-se à 7ª Bienal do Livro, onde os profissionais recebem um vale de R$ 70,00 para adquirirem livros, objetivando aprimoramento profissional e intelectual, sendo que o mesmo tratamento não é dispensado aos profissionais que estão licenciados, readaptados ou aposentados.
Partindo dessas premissas, convocamos todos os profissionais de educação (professores, educadores de creche, funcionários administrativos, pedagogos, assistentes sociais, animadores culturais, psicólogos, orientadores pedagógicos, entre outros) como também os respectivos representantes de cada escola e/ou setor para um Seminário Ampliado que ocorrerá no SEPE - situado na Praça São Salvador, Edifício Ninho das Águias, Sala 514 - no dia 04 de dezembro às 14h, para juntos atualizarmos a nossa pauta de reivindicações para o ano de 2013.
O Sindicato para retomar, intensificar e ser vitorioso nas lutas precisa da participação e contribuição da categoria para fortalecer e respaldar a luta pelos avanços que se fazem necessários.
Aproveitamos a oportunidade para convidá-los para a nossa Festa de Confraternização no Automóvel Clube dia 13 de dezembro, das 19:30 às 24h. Contamos com a presença da categoria para que dancemos a música que queremos e nos fortalecendo contra a "música que querem que dancemos"!!!
                         
                                                                                                                                        Direção do SEPE-Campos
 
Atenciosamente,
Cristini Marcelino - Coordenadora Geral / Sepe Campos

METAS E MITOS NA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO RJ



Por Caio Andrade Bezerra da Silva*


“Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário” George Orwell

Desde fins de 2010 à frente da Secretaria de Estado de Educação do RJ (SEEDUC), o economista Wilson Risolia vem promovendo um conjunto de ações polêmicas no bojo do que apresenta como planejamento estratégico. São medidas que dizem respeito a vários aspectos, tais como a remuneração dos profissionais, os processos de avaliação, “atualização” de professores, seleção para cargos de confiança, currículo mínimo, etc.

Obcecado pela ideia de elevar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) fluminense, o secretário, com o auxílio de um séquito crescente e fenomenal aparato burocrático, tem atuado firmemente no sentido de consolidar sua ideologia no modus operandi pedagógico do estado, em estreita vinculação com o projeto educacional do Banco Mundial – largamente difundido também na rede municipal carioca, além do estado de SP, nos EEUU, Chile e onde mais os governantes cumprem a cartilha em questão, lançando mão do velho expediente de apresentar interesses particulares como se fossem universais.

Para tanto, a equipe do famigerado governador Sérgio Cabral na SEEDUC age de modo a camuflar sua estratégia enviesada sob uma roupagem apenas aparentemente neutra, técnica, encoberta por estatísticas, resultados, etc. Só a partir deste contexto é possível entender como estão sendo criados diversos mitos (e metas) no âmbito da educação pública do Rio de Janeiro, mitos estes incorporados ingenuamente e intensamente reproduzidos por significativas parcelas dentre suas próprias vítimas: os trabalhadores da educação, sobretudos alguns milhares de professores e professoras.

À primeira vista, o eminente planejamento estratégico do governo para a educação visa estabelecer profundas melhorias no setor. Todavia, é preciso examinar as ações em destaque um pouco mais de perto... vejamos, por exemplo, o caso da política de bonificação por resultados. Segundo a SEEDUC, “o sistema de bonificação vai recompensar os servidores da educação por bons resultados e trabalho em equipe”. Consiste em uma “remuneração variável, de acordo com o desempenho da unidade escolar”.

Trata-se de uma política muito simpática, dialogando demagogicamente com o senso comum, acionando um raciocínio extremamente sedutor: não é justo que os profissionais mais aplicados ganhem a mesma coisa em relação aos menos aplicados. Sem entrar no mérito desse argumento, isto é, independentemente de ele ser ou não correto, há um imenso abismo entre intenção e gesto. Ou seja, os tais indicadores a partir dos quais se pretende mensurar o “desempenho escolar”, nem de longe retratam o comprometimento, o esforço ou, simplesmente, a quantidade de trabalho dos profissionais da educação.

Por dois motivos, pelo menos. Primeiro, porque, em educação, o comprometimento dos servidores não deve ser confundido com a adesão subserviente e irrefletida à concepção pedagógica do governo da ocasião. Segundo, porque é notório que a rede estadual é coalhada de desigualdades internas, isto é, as escolas estão situadas em comunidades mais ou menos empobrecidas, com diferentes níveis de acesso à cultura, diversos graus de violência, degeneração humana, históricos e condições de vida em geral.

Em vez de respeitar a pluralidade de métodos e fomentar o debate filosófico-político-pedagógico, condições indispensáveis à formação para a consciência crítica, Risolia impõe o pensamento único mediante chantagens pecuniárias, pagando “bônus” somente a quem cumprir suas exigências, atendendo exclusivamente à sua visão sobre qualidade de ensino. Ademais, no lugar de promover o aprofundamento sobre as vidas concretas dos diferentes alunos, o mergulho na realidade das comunidades escolares, o conhecimento das distintas situações para entender suas demandas, seus limites, suas possibilidades e, a partir daí, estabelecer práticas mais profícuas e dotadas de sentido específico, o economista secretário vê a educação em números, aplicando procedimentos padronizados, com véu asséptico, à revelia das necessidades sociais.

A cartilha oficial que versa sobre esse tema afirma dentre seus objetivos “estimular a produtividade”. O que é produtividade na escola?! Política educacional séria não é prometer milagres estatísticos, de um dia para o outro. Isso é um insulto à nossa inteligência, cinismo deslavado, vendido como técnico e imparcial! Os países que hoje se destacam em termos de educação pública são aqueles que têm propostas autônomas e de longo prazo, de acordo com suas realidades, justamente os que não se dobram às chantagens financeiras impostas pelo Banco Mundial, com supostas receitas mágicas. Vejam os exemplos de Cuba, Venezuela e Bolívia, as conquistas realizadas por esses povos no que tange à educação pública. Não há máscara ideológica capaz de resistir ao fato de que esses países são territórios livres do analfabetismo, como reconhece a própria Unesco.

* Docente da Rede Estadual, membro da direção do SEPE Núcleo Duque de Caxias e militante da Unidade Classista/ PCB. 
 

26 de novembro de 2012

BIENAL HOJE, 26/11

  1. Café Literário

    18h- Joel Rufino dos Santos
    Ninfa Parreiras
    mediação:Leonardo de Vasconcelos Silva
    - Trocas culturais Brasil/África

    Botequim Literário:

    20h- Pedro de Artagão
    Rodolfo Garcia
    mediação:Carlinhos Cunha
    - Vinhos e gastronomia:quando comer também é um ato de inteligência.

    Espaço Jovem:

    10h-Jairo Bouer
    Ellen Filgueiras Fontes
    mediação:Dr. Nélio Artiles
    -Drogas...é possível sair?

    Caverna:

    10:30-Cinelivro:"O livro do lobisomem" com Fábio Sgrol
    13:30- Oficina de Xilografia com Nireuda Longobardi
    15:30- Performance de ilustração com Fábio Sgrol

    Espaço Espetáculo:

    19h- O invencioneiro e suas criaturas
    local:Departamento de Literatura- FCJOL
    21h- MPB França- França Motta

25 de novembro de 2012

Fiocruz: crianças internadas não tem acesso a educação


Sábado, 24 de Novembro de 2012 20:49

Brasil - Vermelho - Desde 1995, a legislação brasileira reconhece o direito de crianças e adolescentes hospitalizados ao acompanhamento pedagógico-educacional. É obrigação dos sistemas de ensino e de saúde municipais e estaduais organizar o atendimento educacional especializado para estudantes impossibilitados de frequentar as aulas por motivos de saúde.


De acordo com profissionais da área, passados 18 anos, a classe hospitalar - nome da modalidade de ensino que possibilita esse aprendizado nos hospitais - ainda não se tornou realidade para a maioria das crianças e adolescentes com doenças crônicas.

Para a coordenadora do Núcleo de Apoio a Projetos Educacionais e Culturais, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Magdalena Oliveira, a classe hospitalar ainda "engatinha" no Brasil, sobretudo no preparo dos professores.

"A rede hoje precisa de uma estrutura mais ampla para atender essas crianças de forma mais integral. Falta tempo para o professor estudar. A grande maioria dos cursos é paga e a classe é absolutamente discriminada, com um dos piores salários do país. Faltam professores para dar uma atenção diferenciada a essas crianças e adolescentes," disse.

Na capital fluminense, dez hospitais contam com o apoio de professoras municipais, resultado de parcerias da prefeitura com as instituições de saúde.

O governo do estado do Rio informou que ainda não oferece classe hospitalar, mas que o projeto está sendo discutido na secretaria de Educação.

O Ministério da Educação não soube informar o número de hospitais no país que oferecem classe escola. Por meio de nota informou apenas que o atendimento em classes hospitalares é ação intersetorial organizada entre as secretarias de Educação e Saúde de cada estado ou município, conforme demanda existente

Dados do Censo 2010 mostram que o Brasil tem hoje mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência: quase um quarto do total da população. Não existem dados específicos sobre doenças crônicas, de acordo com médicos da área.
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23 de novembro de 2012

UENF ABRE INSCRIÇÕES PARA PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO

Blog Eu penso que...


Estão abertas até dia 30/11/12 as inscrições para programas de pós-graduação para o primeiro semestre de 2013 na UENF. São 424 vagas, sendo 268 para mestrado e 156 para doutorado.
As vagas são distribuídas da seguinte forma: Biociências e Biotecnologia (27 para doutorado e 36 para mestrado); Ciência Animal (16 doutorado e 21 mestrado); Ciências Naturais (14 doutorado e 18 mestrado) Cognição e Linguagem (27 mestrado); Ecologia e Recursos Naturais (09 doutorado e 14 mestrado); Engenharia Civil (10 doutorado e 20 mestrado); Engenharia de Produção (16 mestrado); Engenharia de Reservatório e de Exploração (10 doutorado e 15 mestrado); Engenharia e Ciência dos Materiais (23 doutorado e 30 mestrado); Genética e Melhoramento de Plantas (11 doutorado e 12 mestrado); Políticas Sociais (20 mestrado); Produção Vegetal (18 doutorado e 21 mestrado); e Sociologia Política (18 doutorado e 18 mestrado).
A UENF é uma das universidades brasileiras com maior oferta de bolsas para mestrandos e doutorandos. A taxa de inscrição é de R$50,00.
Consulte o edital.

(Ascom/Uenf)

21 de novembro de 2012

Organizada nacionalmente a Unidade Classista

imagemPCB


Congresso define plano de lutas
Ocorreu no Rio de Janeiro, no último final de semana, o I Congresso da corrente sindical Unidade Classista – frente de massas sindical e operária ligada ao PCB. Durante o evento, que homenageou o comunista Manoel Fiel Filho, assassinado pela ditadura de 1964, militantes do movimento sindical de todo o país contribuíram para a atualização de um programa classista para as lutas que se avizinham.
Na pauta, destaque foi dado ao projeto de Acordo Coletivo Especial, que está sendo costurado pelo governo com a CUT e o empresariado através do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. “Está como prioridade de nossas ações barrar essa tentativa de liquidar os direitos trabalhistas ”, afirmou o coordenador nacional da Unidade Classista Sidney Moura.
A campanha de esclarecimento dos trabalhadores sobre os prejuízos trazidos pela aceitação da Participação em Lucros e Resultados (PLR) e da privatização da previdência através dos chamados fundos de pensão também esteve na ordem do dia.
A Unidade Classista também definiu seu modelo de organização e definiu seus instrumentos de direção coletiva, para dirigir o trabalho dos comunistas nos movimentos sindical e operário. Sua Coordenação Nacional, composta por sete integrantes, terá o auxílio de uma Secretaria Executiva para tocar as tarefas do dia-a-dia, e a construção coletiva e enraizada nos movimentos está garantida pela participação de um conselho nacional, composto por representantes de cada estado onde existe a entidade.

BOLETIM DA UNIDADE CLASSISTA

 
 



19 de novembro de 2012

Profissionais da educação: Justiça dá ganho de causa a profissional da rede municipal vítima da violência nas escolas

BLOG NACIONAL DA CORRENTE SINDICAL DA UNIDADE CLASSISTA


Sepe-RJ

A 3ª Vara de Fazenda Pública proferiu, no dia 07/11, uma sentença favorável à luta da categoria contra a violência nas escolas municipais. A professora Autora da ação (cujo nome omitimos para preservar sua intimidade) havia sido vítima da explosão de uma bomba colocada por aluno no banheiro dos professores em 2011, resultando em prejuízo permanente para sua audição. O Município do Rio de Janeiro se recusou, na época, a reconhecer o evento como acidente de trabalho e ingressamos em janeiro de 2012 com uma ação judicial pedindo indenização pelos danos causados à Autora, além da retificação em seus assentamentos funcionais (para que constasse licença por motivo de acidente de trabalho e não para tratamento de saúde).
A sentença reconheceu o direito defendido e condenou o Município a pagar indenização de R$ 20 mil à profissional. Veja um trecho da sentença:
"(...) Na hipótese, entendemos que o Município, ao ser obrigado pela Constituição Federal a cumprir de alguma forma o mandamento constitucional que determina a prestação de ensino fundamental aos cidadãos, evidentemente se compromete com a segurança física dos alunos, pais, professores e funcionários que se encontrem nas dependências do prédio público. (...) Assim, verificamos que no caso concreto o Município facultava que os cidadãos matriculassem seus filhos na escola municipal, não tendo tomado qualquer providência para que os alunos ingressassem no seu interior com artefato explosivo, fato esse aliás corriqueiro, e, portanto, altamente previsível.(...) Observe-se, em primeiro lugar, o caráter dúplice da indenização por dano moral: um, de "cunho punitivo", para sancionar-se o indivíduo ou a pessoa jurídica responsável objetivamente pelo ato ilícito que praticou, para que, assim, não cometa mais tão grave ilícito com outras pessoas e, outro, de "cunho compensatório", destinado à vítima ou seus herdeiros, para que recebam uma soma que lhes proporcione prazeres como contrapartida do mal sofrido. (CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA, "Responsabilidade Civil", Forense, pg. 55, 5a ed.,1994).(...) ISTO POSTO, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, para CONDENAR o réu MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO ao pagamento à parte autora da quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), averbando o motivo do acidente de trabalho, tal como requerido às fls. 15, segunda parte, valores acrescidos de correção monetária na forma da lei 6.899/81, e ainda de juros legais moratórios de 0,5% ao mês desde a data do fato, nos termos da súmula 54 do STJ, declarando, conseqüentemente, extinto o processo com análise do mérito, nos termos do art. 269, I do Código de Processo Civil."

I CONGRESSO DA UNIDADE CLASSISTA

A Unidade Classista homenageia um militante comunista na resistência operária


imagemPCB


A Unidade Classista homenageia um militante comunista na resistência operária
No enfrentamento à ditadura burguesa sob a forma militar, o PCB construiu uma alternativa de luta que orientava suas bases e informava a frente democrática, para as mais amplas ações de massa e articulações políticas, como forma de reagir ao regime de exceção que se estabeleceu no Brasil, em 1º de abril de 1964.
Essa política de frente única dava sinais de firmeza em 1973 e se consolidou em 1974. A ditadura, percebendo o avanço dessas formulações na atuação da oposição e dos movimentos de resistência, organizou a “operação radar” para liquidar o PCB. O aparelho de repressão partiu para cima do Partido em todo o Brasil. De 1973 a 1976, dirigiu o grosso dos seus esforços para o inimigo número 1 da ditadura naquele momento: foram milhares de prisões, centenas de militantes torturados, dezenas de exilados e 39 militantes e dirigentes assassinados sob tortura. A desarticulação do PCB era a condição da ditadura para transitar o seu projeto de “abertura lenta e gradual”.
Dentro da política de enfrentamento ao regime fascista, o PCB deliberou por uma ação que movimentasse a classe operária para um papel protagonista diante da conjuntura de desgaste da ditadura. As formas de luta eram as reivindicações salariais, a luta por melhores condições de trabalho, a denúncia dos crimes da ditadura e a organização do Partido entre os trabalhadores.
Para cumprir esse último papel, a direção do PCB em São Paulo designou um operário comunista experiente, temperado nas lutas da nossa classe e convicto do nosso papel: Manoel Fiel Filho, nascido em 7 de janeiro de 1927, em Alagoas. Esse camarada ficou responsável pela distribuição do jornal A Voz Operária nas fábricas da Mooca e pelo trabalho de organização do Partido entre os operários daquela região fabril.
No dia 16 de janeiro de 1976, agentes do DOI-CODI prenderam Manoel Fiel Filho na fábrica onde trabalhava, a Metal Arte, na Mooca. Dois agentes da repressão levaram o líder operário por volta de meio-dia. No dia seguinte, 17 de janeiro, a repressão armava um teatro para dizer que o operário comunista havia se matado, por enforcamento, nas dependências do II Exército. Trata-se de mais uma armação, Manoel Fiel Filho tinha marcas de tortura na cabeça, pescoço e punhos. Tinha sido barbaramente torturado e não resistiu, morrendo nas dependências do Exército, o que criou uma crise política no governo autoritário.
O camarada Manoel foi Fiel até o seu último momento à luta pela emancipação dos trabalhadores. Lutou com seu Partido, ao lado da nossa classe, para derrotar a ditadura.
Por determinação da repressão seu corpo foi enterrado rapidamente no dia 18, no cemitério da IV Parada, em São Paulo. Era o medo da ditadura diante da sombra de liberdade que começava a cobrir vastos segmentos populares na luta pela democracia.
A repressão continuaria perseguindo os familiares do operário comunista para que eles nada fizessem. As roupas com as quais havia sido preso foram jogadas na porta da sua casa, pelos agentes da repressão, quando do aviso de sua morte.
O movimento operário avançou, mostrou-se forte nas lutas de classe do final da década de setenta, do século passado. A ditadura foi derrotada e novas batalhas se colocam para os trabalhadores. A classe operária marcha para fazer a luta política diante da crise do capital, os comunistas estão construindo a sua organização para avançar no enfrentamento à burguesia. O camarada Manoel Fiel Filho é um símbolo dessa luta. Tombou em defesa da nossa classe e do nosso Partido. Aqui reunidos reafirmamos a sua presença entre nós. Seu exemplo e a sua lição de luta marcarão os passos da Unidade Classista, vanguarda dos trabalhadores na luta pela sociedade socialista.
Mas, neste momento de reorganizar a nossa luta, queremos afirmar: por nossos mortos nem um minuto de silêncio, toda uma vida de luta e combates.
Camarada Manoel Fiel Filho, Presente!
Viva o Partido Comunista Brasileiro!
Viva a Unidade Classista!
I Congresso da Unidade Classista

SOMOS TODOS PALESTINOS

RESUMO DO BLOG: ACOMPANHE OS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS......


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Pesquisa feita em Israel aponta que maioria da população do país é antipalestina, racista e compartilha a visão da extrema-direita ultranacionalista. Segundo o levantamento, 58% dos israelenses reconhecem que Israel pratica uma política de segregação em relação aos palestinos e apóiam a mesma. Por Baby Siqueira Abrão -------------------------------------------------------------------


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15 de novembro de 2012

Graciliano Ramos, um escritor comunista

Os 120 anos de Graciliano Ramos recebem o presente de O velho Graça, a biografia de um dos nossos clássicos, que em boa hora a editora Boitempo acaba de reeditar. Se os adjetivos não estivessem tão gastos, diria que esse é um lançamento oportuno e necessário. Mas em atenção a Graciliano, procurarei evitar o excesso de qualificações. E vamos ao trabalho.
Da velha edição de O velho Graça que tenho comigo, de 1992, é que retiro os trechos e reflexões que reúno agora. A primeira delas é que deveria haver no momento uma suspensão das notícias que são um alarido de baixa animalidade, que fazem passar as horas em um vazio sem fim, como as fotos da nudez da última celebridade ou o arremedo de justiça dos astros do STF, porque neste ano, mais precisamente no sábado 27 de outubro, é aniversário de Graciliano Ramos. Diria Camões “cesse tudo o que a musa antiga canta”, mas em relação ao noticiário, que musa? Melhor, esse “que musa?” soaria aos ouvidos dos repórteres como um “que música?”. E para evitar a musa que se confunde com música, vamos ao primeiro trecho que destaco da biografia O velho Graça, escrita por Dênis de Moraes:
“Na safra, aparecerão A bagaceira, de José Américo de Almeida; Menino de engenho, de José Lins do Rego; O país do carnaval e Cacau, de Jorge Amado; Os corumbas, de Armando Fontes; Casa-grande e senzala, de Gilberto Freyre.
Em artigo no Diário de Pernambuco, de 10 de março de 1935, sob o título O romance do Nordeste, (Graciliano Ramos) escreveu:
‘Era indispensável que os nossos romances não fossem escritos no Rio, por pessoas bem-intencionadas, sem dúvida, mas que nos desconheciam inteiramente. Hoje desapareceram os processo de pura criação literária. Em todos os livros do Nordeste, nota-se que os autores tiveram o cuidado de tornar a narrativa, não absolutamente verdadeira, mas verossímil. Ninguém se afasta do ambiente, ninguém confia demasiado na imaginação. (…) Esses escritores são políticos, são revolucionários, mas não deram a ideias nomes de pessoas: os seus personagens mexem-se, pensam como nós, sentem como nós, preparam as suas safras de açúcar, bebem cachaça, matam gente e vão para a cadeia, passam fome nos quartos sujos duma hospedaria.’”
Notem o quanto é impressionante como escritores tão distintos, José Lins, Graciliano Ramos, Jorge Amado, sem comunicação entre si, em estados e cidades diferentes, escrevam romances como se estivessem em um só movimento literário. Isso, que para os professores de cursinhos vestibulares, e até em certas cátedras universitárias, ganha feições de prato feito, é mais que coincidência. Esses homens inquietos não escreviam o que escreveram por método ou influência de escola estética. O que os unifica é o espírito do tempo, que no caso eram as ideias de esquerda, a influência socialista, o movimento comunista no Brasil, que refletia o eco de 1917, até mesmo em Palmeira dos Índios, onde vivia Graciliano. E neste ponto, de passagem, cabe uma brevíssima indicação, que deixo para o aprofundamento de estudiosos mais capazes: pensa-se que a influência do partido comunista se deu em suas estritas fileiras, ou, de outro modo, nos tenentes e movimentos de massa e de operários. Nada mais inexato. Na verdade, a partir de 1930 a força das ideias socialistas se alastrou no Brasil entre comunistas organizados, comunistas de simpatia (mas simpatia é quase amor, diz um bloco do carnaval do Rio), socialistas, e, de modo geral, em artistas que refletiam o povo brasileiro como se manifestassem uma nova independência. De certo modo, de certo modo, não, de todos os modos, o pensamento que avançou entre nós, da ciência à literatura, recebeu a fecundação do diálogo com o mundo de esquerda. De passagem ainda, mas em outro lugar, deveria ser observada a influência desses escritores nordestinos sobre a literatura dos africanos que se libertaram de Portugal.  
No momento, chamo a atenção para o que me parece um engano, que por força do hábito se tornou um gênero de texto. Penso em Vidas Secas, livro sobre o qual a pesquisa de Dênis de Moraes informa:
“Cem dias depois de ter sido posto em liberdade, Graciliano iniciaria um novo projeto literário. Escrevera um conto baseado no sacrifício de um cachorro, que presenciara, quando criança, no Sertão pernambucano… As opiniões favoráveis o incentivariam a prosseguir a história, esboçando o perfil dos donos de Baleia.  
O processo de composição do romance – o único que escreveu na terceira pessoa – seria, por razões de ordem financeira, dos mais originais da literatura brasileira. A conta da pensão e as despesas duplicadas com a vinda da família para o Rio o obrigariam a escrever os capítulos como se fossem contos. Era um artifício para ganhar dinheiro, publicando-os isoladamente em jornais e revistas, à medida que os produzia. Às vezes, republicaria o mesmo conto, com título alterado, em outros periódicos. Dos 13 capítulos, oito sairiam nas páginas de O Cruzeiro, O Jornal, Diário de Notícias, Folha de Minas e Lanterna Verde, além de La Prensa, de Buenos Aires…
Um romance desmontável, cujas peças podem ser destacadas para a leitura e seriadas de mais de uma maneira. Como telas de uma exposição que têm vida própria, independente dos demais”.
Mas Vidas Secas não é um romance! E as razões para isso vêm não só de ordem financeira, quero crer. Um romance exige – ainda que a sua realização seja rebelde a linhas de fronteira – algo mais que a repetição de personagens em diferentes relatos. Se assim fosse, A Comédia Humana, de Balzac, seria um só livro. No romance há uma organicidade de pessoas, digo, personagens, que crescem e se diluem em um destino em bloco. E de tal modo que as suas partes autônomas, ainda que seccionadas e vendidas como contos, ganham pleno sentido no conjunto. O todo é a iluminação do particular, no romance. No entanto, o magnífico relato da cachorra Baleia, que se uniu a páginas magistrais pelos personagens que o talento de Graciliano acrescentou, jamais teria unidade absoluta se pertencesse a um romance. Na verdade, Vidas Secas é uma vitória do gênio do escritor sobre as condições difíceis de tempo e lugar em que escreveu o livro, tanto pessoais quanto do Brasil da época. O valor de Vidas Secas não cai nem um bilionésimo, quando se nota nesse livro um exemplar conjunto de contos, em vez de um romance. E aqui, sobre a genialidade do artista, em mais de uma página da sua biografia recebemos lições:   
“A qualidade essencial de quem escreve é a clareza, é dizer uma coisa que todos entendam da forma que você quis. Para escritor que é de ofício autodidata, isso custa anos, porque não está na gramática, nem em livro algum”.
Muito Bom!!!! é o comentário mais ponderado que me ocorre. Muito bom! Para o escritor que é de ofício autodidata, escrever custa anos, porque não está na gramática, nem em livro algum, fala o mestre provado. Me acompanhem por favor: em que oficinas de literatura podem se formar escritores essenciais? Em que oficina de escritor se forma a vida? Em que oficinas, a seu modo laboratórios de bebês de proveta, se conseguirá a clareza que só a malhação fora das academias de todo tipo e gênero dá? Em que local se aprenderá a observação que o instinto e a mente e a experiência concebem?
Em Graciliano Ramos, se o compreendemos bem, há uma teoria da arte, há uma teoria da literatura, há uma lição de sabedoria que deveria ser luz para todo escritor digno do nome. Todos, novos e velhos, escritores livres ou escravos ladinos. Como neste passo, do diário de Paulo Mercadante, citado em O velho Graça:
“Graciliano falou de sua experiência. Escrever é um lento aprendizado, que se estende pela vida, é alguma coia que exige concentração e paciência. Muita paciência mesmo. Não se trata apenas de saber a sintaxe, de dominar um grande vocabulário, mas de ser fiel à ideia e domá-la em termos de uma precisão formal. Por isso, a experiência é essencial, só escapando dessa condição o poeta. Talvez com relação ao escritor haja uma conjugação, Graciliano concluiu, da pessoa como individualidade, do ponto de vista de uma psicologia determinada com o meio onde cresceu e viveu”.
Entendam. O entusiasmo que expressei na citação de Graciliano Ramos acima não significa que da sua escrita venha uma norma, uma lei que diga a um homem que deseje “apenas” (!) expressar o seu pensamento:
– Olha, fora deste caminho nenhuma salvação é possível.
Não é isso. Na literatura só existe uma regra: não existe regra. Na literatura só existe uma maneira, de todas as maneiras. O reconhecimento da grandeza de Graciliano não implica a busca do caminho único da escrita escorreita, limpa e enxuta do mestre. Pois como ficaria a gordura de José Lins? Em que plano assomaria o bolero em forma de letras de Gabriel García Márquez? Ou os torneios vocabulares de Proust? E os delírios de matar de Gogol? Não. Trata-se apenas de retirar da experiência curtida, no sentido de pele enrugada de muitos sóis, de Graciliano aquilo que serve a gordos e magros, altos e baixos, desbocados ou contidos. A saber: escrever é um lento aprendizado, que se estende pela vida, é alguma coia que exige concentração e paciência. Muita paciência mesmo.
E aqui, sem sair do capítulo da excelência da sua escrita, e como nem tudo são flores, entramos em um terreno mais pedregoso. Entramos no embate político do mestre, dentro do partido e fora dele, e no mesmo tempo, até como uma prova de que a vida partidária não é uma estufa. A sociedade e a história passam pelos partidos comunistas, onde quer que estejam. Refiro-me ao cume da obra de Graciliano Ramos, o Memórias do Cárcere. Para mim, a literatura política no Brasil tem um pico, cujo nome é Memórias do Cárcere. Até hoje, nada li melhor como retratos de homens comunistas no coletivo de um presídio. É curioso como até nas universidades não veem as Memórias como o melhor livro de Graciliano Ramos. Dizem: “não é ficção”, e com isso desprezam para a lata de lixo uma prosa madura, pedagógica, de denúncia, porque “não é ficção”. Mas Memórias do Cárcere é livro tão bom ou melhor que a sua melhor ficção. Da primeira edição que tenho, da Livraria José Olympio em 1953, com fac-similes do manuscrito e retrato do autor no desenho de Portinari, digitei com paciência há seis anos, para publicação no espanhol La Insignia, a página imortal que narra a deportação de Olga Prestes. Está aqui.
Pois bem, essa obra não se fez sem conflitos os mais sérios, mais particularmente com Diógenes de Arruda Câmara, o homem que seguia com rigor, digamos, excessivo a disciplina partidária. Diz o livro:
“Arruda pedira para folhear os originais de Memórias do Cárcere, aborrecendo-se, logo na primeira lauda, com a afirmação de que, no Estado Novo, ‘nunca tivemos censura prévia em arte’… No decorrer da reunião, cobrariam (Arruda, Astrojildo e Floriano Gonçalves) novamente a Graciliano o seu distanciamento do realismo socialista e a falta de vigor revolucionário de seus livros. Um dos presentes, em tom inflamado, diria que ele persistia num realismo crítico ultrapassado e citaria Jorge Amado como escritor empenhado em dar conteúdo participante a suas obras. Ao ouvir o nome de Jorge, Graciliano romperia o silêncio:
– Admiro Jorge Amado, nada tenho contra ele, mas o que sei fazer é o que está nos meus livros”.  
Conta o biógrafo que em outra oportunidade, anos antes desse dia, Diógenes, em uma reunião com escritores, entre os quais estavam Astrojildo Pereira, Dalcídio Jurandir, Osvaldo Peralva, e o próprio Graciliano, teria feito, segundo Dênis de Moraes, “uma apologia à literatura revolucionária, exigindo que os presentes se enquadrassem nos ditames zdanovistas. A certa altura, citaria como exemplo os poemas de Castro Alves, que a seu ver encaravam os problemas sociais numa perspectiva revolucionária. E o que era mais importante: com versos rimados” .  
E mais, em outro ponto da biografia:
“Em conversas posteriores com Heráclio Salles, ele enfatizaria a aversão ao romance panfletário.
– Nenhum livro do realismo socialista lhe agradou? – perguntaria o jornalista.
– Até o último que li, nenhum. Eu acho aquele negócio de tal ordem que não aceitei ler mais nada.
– Qual a principal objeção que o senhor faz?
– Esse troço não é literatura. A gente vai lendo aos trancos e barrancos as coisas que vêm da União Soviética, muito bem. De repente, o narrador diz: ‘O camarada Stálin…’ Ora porra! Isto no meio de um romance?!
Tomei horror.
– Não seria possível purificar o estilo do realismo socialista?
– Não tem sentido. A literatura é revolucionária em essência, e não pelo estilo do panfleto.
Não é de se admirar, portanto, que não tolerasse as fórmulas emanadas de Moscou. Ao tomar conhecimento do informe de Zdanov sobre literatura e arte, esculhambaria:
– Informe? Eu gosto muito da palavra, porque informe é mesmo uma coisa informe.”
A relação de Graciliano Ramos com o PCB, nos últimos anos, é conflituosa, aqui e ali em aberta crise. Mas se destaca nessa relação, por isso mesmo, uma expressão de grandeza do escritor, que não deixou a sua escolha pelo comunismo, mesmo em luta contra a estreiteza da direção na época. Nessa biografia emerge um comunista à velha maneira, à maneira que julgamos clássica, modelar, diferente de comportamentos de algumas militâncias que tudo se permitem, desde que para isso alcancem o poder. Olhem só como agia, e no que agia ele era, o comunista Graciliano Ramos:
“Recusava assinar artigos (no Correio da Manhã, onde trabalhava como revisor), alegando para os mais íntimos que não concordava com a linha editorial dos jornais burgueses. O máximo que admitia era colaborar com o suplemento literário. Relutava em aceitar aproximação maior com os proprietários do Correio da Manhã, embora mantivesse uma relação cordial com Paulo Bittencourt (o patrão). A ortodoxia política o levaria ao exagero de não comparecer ao jantar pelo aniversário de Bittencourt. A José Condé, que passava a lista de adesões, afirmaria:
– Não me sento à mesa com patrão. Todo patrão é filho da puta! O Paulo é o que meno conheço, mas é patrão.
No dia seguinte, Bittencourt se queixaria:
– Mas, Graciliano, como é que você me faz uma coisa dessas?
– Paulo, eu o repeito, mas você é patrão …
– Mas eu sou um patrão diferente.
– Não, Paulo. Todo patrão para mim é ..,
– … filho da puta. Já sei que você xingou minha mãe.
O comunista e o burguês acabariam rindo juntos.
Paulo Bittencourt gostava de provocar Graciliano por suas ideias socialistas. Quando o Correio da Manhã recebeu novas máquinas, Paulo o alfinetaria:
– Imagine se vocês fizessem uma revolução e vencessem. Todo esse parque gráfico seria destruído.
Graciliano o cortaria:
– Só um burro ou um louco poderia pensar isto. Se fizéssemos a revolução e vencêssemos, só ia acontecer uma coisa. Em vez de você andar por aí, viajando pela Europa, gastando dinheiro com mulheres, teria que ficar sentadinho no seu canto trabalhando como todos nós”.
Esse livro, O velho Graça, tem uma característica até hoje pouco destacada. Em vez da pura leitura de uma biografia, desperta no leitor uma simpatia profunda pelo biografado. Nele Graciliano Ramos cresce como escritor em uma rara empatia, como um irmão mais que amigo, ou como um amigo mais que irmão. Enfim, como um camarada, fraterno, admirável.
* Versão revisada pelo autor de artigo publicado originalmente no Vermelho
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O velho Graça: uma biografia de Graciliano Ramos, de Dênis de Moraes já está disponível em versão eletrônica (ebook), por metade do preço do impresso na Gato Sabido , na Livraria Saraiva e na Livraria Cultura
Leia aqui a orelha da nova edição, assinada por Alfredo Bosi, e a quarta capa, de Wander Melo Miranda. Confira, abaixo a programação dos debates e autógrafos de lançamento do livrono Rio de Janeiro (27/11) e em São Paulo (30/11)